12.4.09

Encurtador de URL da Smart


Vejam que interessante essa idéia da Smart da Bélgica. Para promover o posicionamento da marca ("Pequeno, porém espaçoso"), eles criaram um encurtador de URL's como Tinyurl para qualquer internauta do mundo. Veja o site aqui.

Achei a idéia genial. Une conceito, posicionamento de marca e inovação digital com uma tacada só.

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Lobotomia's Movie por Márcia Denser

Encontrei o texto da esritora paulistana Márcia Denser mestre em Comunicação e Semiótica pela PUC-SP no Cronópios. Vale a pena dar uma lida, não que eu concorde com ela, não concordo, mas apenas para ter como referência pra uma reflexão.

Tenho um professor também mestre em Comunicação e Semiótica pela PUC-SP que mostra ser xiita como ela, aliás me parece que o pessoal da PUC é bem xiita nesses aspecto, meu professor mesmo me contou que há alguns anos quando Titanic estava no cinema, um colega da turma dele pagava as pessoas para não assitirem o filme. Não vou dizer que é uma tática eficiente, mas a idéia por trás da ação é o que conta aqui, o cara era tão contra o cinemão que apenas o fato de milhares de pessoas irem ao cinema ver uma história boba de amor que só poderia existir no cinema o deixava indignado.

A fala de Márcia Denser é comum pra gente que assiste aula, faz curso, palestra, ou vai a convenções de cinema. Se você frequenta cineclubes super-plus-mega alternativos você também já ouviu essa idéia no debate depois do filme, não é novidade o que ela diz porém o discurso vale a sessão.

Lobotomia's Movie por Márcia Denser
"Assino o pacote completo de canais de cinema por assinatura: no Telecine são quatro, HBO e Cinemax, dez, totalizando 14, e se acrescentar a TNT, MGM, Fox, Warner, Eurochannel, incluídos em todos os pacotes, são 20 canais de filmes!

Só que após algum tempo, depois que se assiste a tudo e por mais que se zapeie, os mesmos filmes se repetem e repetem ou os novos repetem os mesmos truques, efeitos especiais, enredos, personagens à enésima potência, refazendo o remake até parecer sempre o mesmo filme, a suma dum coquetel repulsivo de explosões, carne dilacerada, violência, sexo e terror gratuitos, paranóia e estupidez adolescente e sempre em louvor ao Império!

Parece que no mundo só existe a América do Norte, as únicas cidades monotonamente são Los Angeles e New York, Tom só o Cruise e Angelina, a Jolie boquinha; o único modo de vida (life style) possível é o norte-americano, sem contar os zilhões de enredos sobre o Presidente, a filha do Presidente, o segurança do Presidente, todos os homens do Presidente, o Presidente por um dia, meu querido Presidente, e o resto do planeta don’t exist!

Contudo, os atos falhos, a subestima ao espectador e a estupidez explícita hollywoodianos se multiplicam, o que é normal até porque o Pensamento Único não só desconsidera a crítica como não tem autocrítica. Na nova versão do Superman, por exemplo, a certa altura se narra “que o pai extraterrestre do Superman enviou seu único filho para salvar a Terra, que aliás só merece ser salva devido à bondade de seus habitantes”.

Pelo discurso, a idéia é fazer uma aproximação Superman-Cristo, o herói de vinil ianque como um “salvador mundi” graças à incomensurável bondade presente em Gotham City! Meu QI teria que abaixar quanto pra engolir ISSO? Decidi interromper a lobotomia e mudar de canal.

No outro, passa algo chamado A ponta de um crime, triller policial a-do-les-cen-te (como se isto não fosse uma contradição nos termos!). Um filminho esperto, posando de estético – um Gus Van Sant, que já é um tremendo pé no saco, de quinta – mas quem se interessa para o que fazem adolescentes por mais que se droguem, se fodam e se matem, além deles mesmos? Eu precisaria ter 15 anos e um subQI de menos 30! Deve ser este o público alvo. Também não deu para assistir aquela merda.

Adiante. Infinitamente entediada, resigno-me (e o verbo é rigorosamente correto) a assistir um drama sul-africano chamado Yesterday falado em zulu, categoria: estética da exclusão (bocejos). Conta a história dum casal de negros duma aldeia atrasada e primitiva que, por contraírem o vírus da Aids, são expulsos pelos vizinhos. A personagem principal, a jovem Yesterday, cujo nome dá título ao filme, é um monstro de abnegação, conformismo, resignação, paciência e bondade, ainda que no fim morra de Aids, perca a filha, tudo isso depois de cuidar do marido aidético metida num barraco insalubre no meio do nada, sem ajuda de parte alguma. E tudo registrado com soberana indiferença pelo prezado cineasta e em perfeito tecnicolor.

Moral (brilhante) da história: “A vida é assim, não se pode mudá-la...”. Ou por outra: fora do Império só existe gente fodida, pobre, sem dentes, negra, aidética, ignorante e cruel.

Mas são todos conformados e muito mansinhos.

Legal, legal, legal."

Aqui o link para a página original do texto no Cronópios.

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